A grande questão é: o que vem a seguir?
"Os proclamados 87% nas urnas são uma confirmação do regime e do curso cada vez mais ditatorial de Putin. O resultado não reflete a vontade do eleitorado, mas sim a do regime", analisa Regina Heller, consultora científica do Instituto de Pesquisa da Paz e Política de Segurança da Universidade de Hamburgo. No fim das contas, trata-se de "uma carta branca para o regime, para a política de Putin, e assim também para sua conduta na Ucrânia".
O especialista no Leste Europeu Hans-Henning Schröder acredita que nos últimos tempos o regime se estabilizou, após uma crise em 2023, devido ao motim e posterior morte, numa queda de avião, do oligarca Yevgeny Prigozhin, líder do Grupo Wagner, um exército privado a serviço do Estado russo. Em resposta o Kremlin intensificou as atividades públicas do presidente, a fim de comunicar que "ele tinha as rédeas nas mãos".
Analistas atribuem o fortalecimento do regime a fatores como um contexto econômico estável e o amortecimento dos impactos negativos das sanções ocidentais, além da repressão em massa a quem se opõe à guerra contra a Ucrânia.
Tudo isso possibilita ao Kremlin continuar na mesma linha após a eleição. "O que já se pode ver desde já é que Putin seguirá no curso de prosseguir com a guerra, com brutalidade inabalada, e possivelmente até intensificada", prevê Heller

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